Joaquim Pinto Nazario (1925 - 2005)
Jornalista e Advogado
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Joaquim Pinto Nazario nasceu em Batatais em 1925. Lá completou o curso primário e ginasial. Em São Paulo, para onde se transferiu ainda jovem, cursou jornalismo e filosofia. Formado, foi trabalhar nos Diários e Emissoras Associados, potente cadeia de rádios e jornais que se espalhava por todo o País. Era, na época, a maior e a mais prestigiada rede de emissoras e jornais da América Latina. Na equipe de Assis Chateaubriand, dono da grande empresa, Nazario foi de auxiliar de revisão a diretor, trabalhando na mesma sala e convivendo com Chateaubriand vários anos, sobretudo quando este sofreu forte derrame cerebral que o colocou quase inerte numa cadeira de rodas de onde, com apenas um dedo e sem a fala, compunha seus editoriais numa máquina de escrever adaptada.

Joaquim Pinto Nazario foi jornalista internacionalmente conhecido pelo seu trabalho, autor de furos de reportagens importantes como as entrevistas que fez com Gamal Abdel Nasser, presidente do Egito. Estando em Portugal, em primeira mão deu a noticia do falecimento de Antônio de Oliveira Salazar, ditador português, entre outras. Participava da bancada de jornalistas do programa de debates políticos mais importante da TV brasileira, o famoso “Pinga-Fogo”.

No Brasil, trabalhou com o presidente João Goulart a quem prestou relevantes serviços. Como Jango, era filiado ao PTB de Getúlio Vargas. É bom lembrar que estando o PCB – Partido Comunista Brasileiro – na clandestinidade, quase todos seus membros eram filiados ao partido trabalhista, inclusive Nazario.

Apesar das viagens internacionais e das tarefas que lhe tomavam o tempo na rede de jornais e emissoras da qual era diretor, Nazario não esquecia sua terra, atuando como diretor da Tribuna de Batatais. Em 1963/4, foi nomeado pelo presidente João Goulart diretor e depois presidente da Caixa Econômica Federal, tendo seu mandato de presidente da CEF cassado pelo regime ditatorial um mês depois de sua posse. Nazario sempre pensou em sua cidade, ajudando-a quando possível. Diretor da CEF, abriu em Batatais uma filial da instituição bancária e nomeou Agnelo Melo, um jovem estudante da antiga Escola de Comércio de Batatais, gerente da nova entidade. Cursou Direito na Faculdade do Largo São Francisco. Como em todas as profissões que exerceu, fez-se respeitado advogado. Morreu em Mococa, em maio de 2005, terra de sua esposa Genny Mollo Nazário.


- Dagmar M. de Moura, Tribuna de Batatais

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JPN com Edmundo Monteiro, João Goulart e Assis Chateaubriand
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JPN e repórteres do Diário de São Paulo, entre eles Quirino da Silva e Carlos Spera.